sábado, 9 de abril de 2011

Quando a gente se apaixona...

Uns dizem que é químico e explicam tudo com nomes difíceis. Segundo estes, a paixão acontece quando o nosso organismo (por alguma razão não determinada) libera montes de neurotransmissores como a dopamina e feniletilamina e a ocitocina, por meio de impulsos nervosos. Essas substâncias alteram o funcionamento do cérebro, afetam emoções, aguçam ousadias e despertam os prazeres mas eu acho tudo isso complicado demais para o funcionamento do meu cérebro. Outros afirmam que é físico. Corpos têm a capacidade de sofrer atrações então se atraem. A gente começa a querer arranjar motivos racionais ou irracionais para explicar o fenômeno daí conclui que está apaixonado, mas eu acho isso muitíssimo sem graça. Há quem acredite nos mistérios da alma ou do destino. Algumas pessoas já nasceram umas para as outras e a vida (ou a sorte) se encarregarão (ou não) de cruzar os seus caminhos.
Mas eu acho isso muito injusto com as pessoas que nunca encontraram suas caras-metades. Por isso resolvi desistir de encontrar explicações e acreditar numa intuição meio maluca que nada tem a ver com acasos ou predestinações, não tem fundamento científico, muito menos embasamento teórico. Paixão, para mim, é coisa lá do desconhecido. Não se pode afirmar nada sobre ela, uma vez que é característica da paixão se contradizer de vez em quando. Não é para se teorizar. Não serve para se especular. Não cabe em conjuntos ordenados, métodos, sistemas, raciocínios. Não tem razão. Não se presta a objeto de estudo, pois foge desesperadamente da lógica. Portanto, é melhor ir direto ao assunto. Paixão é para se viver. Para se entregar. Para sofrer. Para gozar. Para rir e chorar. Para sentir uma infinidade de inexplicáveis sensações, umas boas, outras ruins. Frio na espinha, embrulho no estômago, desejo ensandecido, medo de ser traído, tonturas, arrepios, tremores. Paixão provoca visões: fogos de artifício, finais trágicos, cataclismos, véus, grinaldas, tempestades ou dias de sol, independentemente do que está acontecendo no mundo lá fora. Paixão é feito montanha-russa. É necessário tomar alguma precaução para evitar danos irreversíveis. No mais, é para se arriscar ou para se desistir dela.
Porque "meias paixões", assim como "meias borboletas", não servem para deixar a gente nas nuvens.

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